Há sempre em todas as rodas, mesmo entre aqueles cidadãos mais reacionários, a conversa sobre o tema democracia.
Bem, seja além-fronteiras, seja no Brasil vivemos uma experiência política que chegou a constranger muitos povos.
O Socialismo – tal como foi concebido – foi corroído. Não porque o Socialismo seja nefasto, mas aqueles governantes que o gerenciaram desvirtuaram a sua essência.
Já nos países capitalistas, a política não tem conseguido mais conter o capital, cujo rumo foi o da internacionalização e fugiu ao controle, ou seja, é comandado com mãos de ferro pelos modernos banqueiros.
No que toca falar do Brasil, percebe-se que os políticos são extremamente privilegiados. Fazem pouco caso do povo, e quase nada se dedicam às causas populares. Ganham dinheiro em excesso e editam e votam leis que privilegiam a si próprios e contemplam os empresários com leis que os favorecem em seus negócios para – por via indireta – serem também favorecidos.
E os empresários, por seu turno, “retribuindo os “benefícios”, elegem os políticos porque financiam as suas campanhas eleitorais. E, por outro lado, destacando os banqueiros – que são os maiores financiadores – fugindo dessas generosidades pagam salários miseráveis a seus empregados e, a cada tempo que passa, vão diminuindo o emprego através da informatização permanente dos bancos, tornando – com isso – o cliente apenas um ser digitalizado.
De volta ao tema principal seria interessante sabermos como se poderia fazer uma política de qualidade, humanista e digna.
Para os gregos, lá no Século V antes de Cristo, a cidade de Atenas era o exemplo da prática democrática. Para os atenienses a política consistia no permanente exercício na busca pelos valores coletivos, tais como:
A igualdade diante das leis, deveres e direitos; A liberdade e dever do cidadão em participar da vida política; A fiscalização, cobrança e policiamento em relação àqueles que governam, pois que essa governança deveria ser de maneira aberta e franca.
E, com isso, para os atenienses o fim único da democracia era a capacidade dos dirigentes realizarem um bom governo, com elaboração de boas leis para todos, cujo objetivo primeiro era o de buscar o fim da exploração, e dar a felicidade para o homem.
Daí se entender que a Democracia verdadeira se faz através de eleições livres, tendo como fundamento a educação e a liberdade de escolher entre as pessoas capazes, com competência e discernimento para compreender a sua função pública, qual seja a de trabalhar olhando para o coletivo, para o povo, respeitando o trabalho e o imenso sacrifício do povo que – em última análise – é aquele que paga a conta de todos os gastos e despesas públicas que um prefeito municipal, um governador de Estado, um presidente da República realizam no decorrer dos seus quatro anos de governo.
O Estado existe para retribuir ao povo aquilo que ele paga através dos impostos.
Hugo Pontes
Professor, poeta
e jornalista.