O agronegócio brasileiro caminha para mais um recorde. Segundo o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é de uma colheita de 325,7 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior. Esse avanço expressivo se deve tanto ao aumento de 2,1% na área cultivada, que deve atingir 81,6 milhões de hectares, quanto à recuperação da produtividade das lavouras, estimada em 3.990 quilos por hectare, um salto de 7,1%.
Se confirmada essa projeção ao final do ciclo, o Brasil registrará o maior volume de grãos colhido na série histórica da Conab, consolidando sua posição como um dos principais produtores globais de alimentos. O resultado demonstra a força do setor agropecuário, que segue investindo em tecnologia, pesquisa e mecanização para aumentar sua eficiência e competitividade.
No entanto, a questão que se impõe é: o setor está recebendo a devida atenção do governo? Para sustentar esse crescimento e garantir a segurança alimentar nacional e internacional, é essencial que os produtores tenham acesso a crédito rural com condições favoráveis, infraestrutura adequada para escoamento da produção, políticas de incentivo à sustentabilidade e suporte diante das mudanças climáticas, que impactam diretamente o rendimento das lavouras.
O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira, respondendo por uma parcela significativa do PIB e das exportações do país. No entanto, a falta de investimentos em logística, estradas precárias e a alta carga tributária ainda representam desafios diários para os produtores. Sem uma atuação governamental efetiva, o potencial de crescimento do setor pode ser limitado por gargalos estruturais e riscos mercadológicos.
O recorde projetado para a safra 2024/25 deve ser comemorado, mas também serve como alerta para a necessidade de um olhar mais atento do governo. Investimentos estratégicos são fundamentais para que o Brasil continue liderando a produção mundial de alimentos e garantindo a sustentabilidade do setor no longo prazo.