A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 2 de abril de 2025, traz à tona um dado alarmante: a violência se consolidou como a principal preocupação dos brasileiros. De acordo com o levantamento, realizado com 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março, 29% dos entrevistados apontaram a violência como o maior problema do Brasil atual. Esse é o maior percentual entre todas as respostas, superando temas como economia, saúde e educação.
A escalada dessa inquietação é nítida e merece atenção. Em dezembro de 2023, apenas 10% citavam a violência como principal preocupação. O número subiu para 19% em julho de 2024, chegou a 26% em janeiro deste ano, até alcançar os atuais 29%. Trata-se de um crescimento expressivo e contínuo, que reflete o sentimento de insegurança presente nas ruas, nos noticiários e no cotidiano da população.
O dado, mais do que estatístico, é um espelho da realidade brasileira. Roubos, furtos, agressões, feminicídios, crimes digitais e guerras entre facções em centros urbanos tornaram-se parte da rotina nacional. A sensação de vulnerabilidade ultrapassa as estatísticas oficiais e se traduz em hábitos cotidianos: horários limitados para sair, medo do transporte público, grades em casas, aplicativos de rastreamento para familiares. O medo está institucionalizado.
É preciso enfrentar a violência de forma ampla: com investimento em segurança pública, mas também com políticas sociais, urbanismo, oportunidades de trabalho, acesso à cultura e, sobretudo, educação de qualidade. O combate à criminalidade não pode ser apenas repressivo, mas preventivo. O medo não pode ser normalizado.
Quando quase um terço da população aponta a violência como a maior preocupação nacional, é hora de parar, escutar e agir. Porque não há progresso possível onde impera o medo.