Pela primeira vez na história, a Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a impressionante marca de R$ 7,5 trilhões, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional. O estoque total subiu de R$ 7,492 trilhões em fevereiro para R$ 7,508 trilhões em março, um crescimento de 0,22%. Embora esse avanço possa parecer pequeno, ele revela uma trajetória preocupante: o contínuo aumento do endividamento público, impulsionado principalmente pelos altos juros no Brasil.
A dívida pública é o mecanismo pelo qual o governo capta recursos junto a investidores — sejam eles bancos, fundos, ou mesmo pequenos poupadores — para financiar seus compromissos financeiros. Em troca, o governo se compromete a devolver esse dinheiro após alguns anos, com uma correção que pode ser vinculada à taxa Selic, à inflação, ao dólar ou definida antecipadamente (prefixada).
O desafio central não é apenas o tamanho absoluto da dívida, mas a sua sustentabilidade no longo prazo. Quanto mais o governo deve, maior é a parcela do orçamento comprometida com o pagamento de juros e amortizações. Num cenário de juros elevados, como o brasileiro, esse custo se torna particularmente pesado, limitando a capacidade de investimento público em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Ultrapassar a barreira de R$ 7,5 trilhões acende, portanto, um sinal amarelo para o governo e para a sociedade. Não se trata apenas de números frios: é um lembrete de que manter as contas públicas sob controle é fundamental para garantir estabilidade econômica, atrair investimentos e criar um ambiente favorável ao crescimento sustentável.