Cada vez mais presentes e protagonistas na dinâmica econômica do país, as mulheres seguem assumindo a linha de frente no sustento e na organização financeira dos lares brasileiros. Dados recentes da Serasa revelam um retrato claro dessa realidade: 93% das mulheres contribuem financeiramente para a manutenção de suas famílias, um salto significativo em relação aos 88% registrados em 2023.
O peso dessa responsabilidade é ainda maior entre as mulheres das classes D e E, onde 43% são as únicas responsáveis pela geração de renda nos lares. Este dado escancara não apenas a força, mas também os desafios que recaem, sobretudo, sobre as mulheres de menor renda. A desigualdade fica evidente quando se observa as classes A e B, em que o percentual de mulheres que arcam sozinhas com as despesas cai para 18%.
Além de garantir o sustento, elas também assumem um papel estratégico no planejamento financeiro doméstico. De acordo com a pesquisa do Instituto Opinion Box, 64% das mulheres entrevistadas afirmam ser as principais responsáveis pela organização das finanças da casa, mostrando que a liderança feminina vai muito além de gerar renda: ela também planeja, organiza e garante estabilidade.
Esse cenário reflete tanto uma transformação social quanto um alerta. Por um lado, evidencia o protagonismo e a capacidade das mulheres em gerir e conduzir suas famílias com resiliência. Por outro, expõe as fragilidades de um sistema que, especialmente nas camadas mais vulneráveis da sociedade, sobrecarrega as mulheres com responsabilidades que deveriam ser compartilhadas.
Reconhecer, valorizar e apoiar essas mulheres não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia essencial para fortalecer a economia do país e construir uma sociedade mais equilibrada, justa e sustentável.