Minas Gerais demonstra resiliência no setor de turismo, com crescimento de 1,0% no volume de atividade turística em março de 2025, na comparação com fevereiro. O dado, divulgado pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG com base na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, revela que o estado vai na contramão do cenário nacional, que registrou retração de 0,2% no mesmo período.
O resultado mensal é positivo e reafirma a capacidade do setor de se recuperar e gerar empregos, desenvolvimento e receita para a economia mineira. No entanto, quando se amplia o olhar para o acumulado do ano, de janeiro a março, o avanço em Minas Gerais é de 0,8%, consideravelmente abaixo da média nacional, que cresce 5,4%.
O retrato fica ainda mais preocupante quando se observa o desempenho dos últimos 12 meses, período em que Minas ocupa apenas a 11ª posição no ranking nacional. É um desempenho tímido, especialmente para um estado com vocação natural para o turismo, seja ele histórico, cultural, gastronômico, de aventura ou de negócios.
A pergunta que se impõe é: o que está faltando para Minas decolar no turismo? A resposta, ainda que complexa, passa por uma combinação de fatores. Investimentos em infraestrutura turística, qualificação de mão de obra, promoção eficiente dos destinos e integração de roteiros são fundamentais. Mais do que isso, é preciso uma atuação mais estratégica e coordenada entre o governo estadual, prefeituras, setor privado e entidades do trade turístico.
O turismo é um vetor econômico poderoso e sustentável, capaz de movimentar cadeias produtivas inteiras, desde o artesanato até a hotelaria, passando por transportes, alimentação e entretenimento. Minas tem história, cultura, paisagens e hospitalidade — atributos que, sozinhos, não bastam. É hora de transformar potencial em resultado concreto, com planejamento, investimento e gestão eficiente.
Se há resiliência, como mostram os números, há também um enorme espaço para crescer. E é urgente que Minas faça esse salto. Porque turismo não é apenas lazer. É desenvolvimento econômico, inclusão social e geração de oportunidades.