Poços de Caldas, MG – Até o mês de julho, a Cordelteca de Poços pode ser visitada no Centro de Artes e Esportes Unificado, o CEU da zona leste. A iniciativa itinerante, que teve início na Biblioteca Centenário e já passou pela Júlio Bonazzi, chega agora à biblioteca do CEU, levando o incrível mundo da literatura de Cordel para os moradores da região.
Gênero literário popular, o Cordel consiste em poemas escritos em folhetos e divulgados oralmente. O nome “cordel” vem da forma como os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas. Trata-se de uma importante manifestação cultural que inclui a poesia, a música e a ilustração. Os autores, chamados de cordelistas ou repentistas, recitam os versos com melodia e cadência, acompanhados de viola ou pandeiro. Predominante na região nordeste do Brasil, a Literatura de Cordel é essencial para a manutenção da identidade local e das tradições literárias regionais.
A primeira Cordelteca de Poços de Caldas foi inaugurada em fevereiro. São mais de 600 exemplares à disposição, especialmente como ferramenta pedagógica para professores e alunos. A Cordelteca leva o nome da cordelista cearense Anilda Figueiredo.
“Aproveitamos para convidar a todos, especialmente as crianças, para que venham conhecer a Cordelteca aqui no CEU. O Cordel traz uma literatura acessível e potente, que chama a atenção do leitor”, destaca a coordenadora do CEU, Julia Almeida.
A gerente das Bibliotecas, Elisa Cassaro, ressalta que a iniciativa está passando pelas unidades do Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas, fomentando e valorizando a arte do Cordel e facilitando o acesso da população.
A iniciativa da criação da primeira Cordelteca em Poços de Caldas partiu do projeto “O Cordel Canta Minas Gerais”, da escritora e atriz Beatriz Aquino. Com proposta contemplada no Edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), a escritora visitou as cidades de Fortaleza e Crato, no Ceará, onde teve a oportunidade de conhecer o valioso trabalho desenvolvido. O projeto teve como objetivo trazer a Literatura de Cordel para as terras mineiras ampliando, assim, o repertório de expressão popular nordestina no Sul de Minas.