Poços de Caldas, MG – Nesta quinta-feira, 29 de maio, foi divulgada a segunda edição do Índice de Progresso Social (IPS) Brasil, que analisou os 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores sociais e ambientais, traçando um retrato detalhado e multidimensional do desenvolvimento no país. O levantamento, que busca avaliar a qualidade de vida da população além dos indicadores econômicos tradicionais, aponta avanços graduais, mas destaca grandes desigualdades entre regiões e dentro dos próprios estados.
Pelo segundo ano consecutivo, o município de Gavião Peixoto (SP), com população inferior a cinco mil habitantes, liderou o ranking nacional com nota 73,26, em uma escala de 0 a 100. Na sequência aparecem Gabriel Monteiro (SP) e Jundiaí (SP). Entre os 10 municípios mais bem avaliados, sete estão localizados no estado de São Paulo, evidenciando a concentração de bons indicadores na região Sudeste.
No recorte por estados, São Paulo, Santa Catarina e Paraná alcançaram os melhores desempenhos médios. Na outra ponta do ranking, Pará, Maranhão e Amapá ficaram com as piores classificações, chamando a atenção para os desafios estruturais persistentes na região da Amazônia Legal, como dificuldades no acesso à saúde, saneamento básico, educação e segurança pública.
Desempenho de Poços de Caldas
O município de Poços de Caldas figura entre os 10% mais bem posicionados do país, ocupando a 505ª colocação geral e 52ª entre os 853 municípios de Minas Gerais, com nota 64,84, acima da média nacional. A cidade possui 171.533 habitantes, segundo dados de 2024, e uma área territorial de 546,96 km².
Na dimensão Necessidades Humanas Básicas, Poços obteve 82,98 pontos, ficando na 551ª posição nacional. No entanto, os dados indicam fragilidades em Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, com nota 74,95, que posiciona o município na 2.819ª colocação entre todos os municípios avaliados, sinalizando a necessidade de avanços em áreas como cobertura vacinal, mortalidade infantil e subnutrição.
Outro dado de destaque é o PIB per capita, referente a 2021, que alcançou R$ 50.100,99, o que posiciona Poços em 936º lugar no ranking nacional desse indicador econômico.
Avaliação multidimensional
Diferente de outros índices tradicionais, o IPS não mede apenas crescimento econômico. Seu objetivo é identificar se a população tem o necessário para prosperar, avaliando fatores como acesso à saúde, educação, segurança, direitos individuais e sustentabilidade ambiental. A metodologia permite ainda comparar o desempenho de municípios, estados e regiões, oferecendo uma ferramenta útil para a formulação de políticas públicas mais eficazes e equitativas.
Com a nova edição, o IPS Brasil se consolida como um dos mais importantes instrumentos de diagnóstico do bem-estar da população brasileira, e um alerta para a urgente superação das desigualdades regionais, que persistem apesar de avanços localizados.
Como foi calculado
A escolha dos 57 indicadores usados no cálculo obedece a critérios como relevância social ou ambiental. Os indicadores são divididos em três dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Isso ajuda a explicar, por exemplo, o motivo de cidades mais pobres terem desempenho melhor do que municípios mais ricos. Ainda assim, na média, cidades mais ricas e com maiores facilidades de acesso tiveram melhores desempenhos.
A edição deste ano traz uma atualização importante: foram incluídos cinco novos indicadores: consumo de alimentos ultraprocessados, resposta ao benefício previdenciário, resposta a processos familiares, índice de vulnerabilidade das famílias e famílias em situação de rua. O IPS Brasil é uma parceria entre o Imazon, Fundação Avina, iniciativa Amazônia 2030, Anattá, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.