A manutenção de juros elevados no Brasil tem sido um dos principais entraves ao crescimento econômico, refletindo diretamente no desempenho do PIB, que já demonstrou sinais de desaceleração no último trimestre de 2024. Embora a inflação tenha apresentado indícios de recrudescimento e a questão fiscal continue sem uma solução definitiva, a continuidade de uma política monetária excessivamente restritiva pode trazer consequências nocivas para o País.
Os impactos de juros altos são especialmente severos para o setor produtivo. Com o custo do crédito elevado, a realização de investimentos se torna inviável, comprometendo não apenas o crescimento das empresas, mas também a geração de empregos e a competitividade do Brasil no mercado global.
Além disso, a restrição ao crédito afeta o consumo das famílias, reduzindo a demanda interna e aprofundando a desaceleração econômica. O efeito cascata de juros altos prolongados resulta em um ciclo de baixo crescimento, que impacta diretamente a arrecadação do governo e limita sua capacidade de investir em infraestrutura e políticas públicas essenciais.
É fundamental que o governo e o Banco Central encontrem um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo à economia.
Juros altos por um período prolongado, como o que estamos vivenciando, podem deixar sequelas profundas, retardando a recuperação da economia e comprometendo o desenvolvimento do País a longo prazo. O momento exige decisões equilibradas e uma visão estratégica que leve em consideração não apenas o combate à inflação, mas também a necessidade urgente de retomada do crescimento econômico.