Poços de Caldas, MG – Numa longa participação na sessão da Câmara Municipal na última terça-feira, o diretor-presidente do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) detalhou tudo sobre o caso da servidora que desviou R$ 3,5 milhões no período de 2016 a 2021. Até então o valor divulgado era de quase R$ 1 milhão, mas os detalhes revelados e o valor bem mais alto surpreenderam vereadores e a população. A presença de Paulo César Silva na Câmara foi a convide do vereador Marcelo Heitor. “Estou de férias, mas fiz questão de atender a esta solicitação”, disse Paulinho.
Segundo ele, os desvios foram feitos numa ordem escalonada e de várias formas. Foram transferências bancárias, cheques descontados e pagamentos usando a chave pix da entidade. O que chama a atenção é que foram compras pessoais em lojas de roupas e outros estabelecimentos comerciais. O que mais chama a atenção foi a facilidade com que a servidora conseguiu fazer todos os desvios. Vereadores sabatinaram Paulinho de todas as formas. Queriam saber como ninguém percebeu tamanho rombo e a maioria acredita que a servidora não agiu sozinha. Eles pediram para que seja feita uma sindicância interna para apurar os demais envolvidos. Para a maioria seria impossível que apenas a servidora estivesse envolvida e pedem apuração de outros nomes que possivelmente participaram do esquema. Paulinho saiu da Casa afirmando que iria estudar a possibilidade da sindicância pedida pelos vereadores. A servidora foi demitida por justa causa e o caso segue em investigação policial. Foi ajuizada ação de ressarcimento ao erário público. A servidora teve bens bloqueados pela justiça e seu passaporte foi retido. Os valores desviados foram: R$ 166.188,74 em 2016; R$ 300.673,39 em 2017; R$432.590,06 em 2018; R$ 718.670,53 em 2019; R$ 1.106,603,03 em 2020 e R$ 850.347,46 em 2021.
Segundo Paulinho, a servidora recorreu da demissão mas teve o recurso negado.
Paulo Vitor de Campos
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