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Nos últimos tempos, o presidente tem expressado sua preocupação e descontentamento com o Banco Central em relação à manutenção da taxa de juros em patamares elevados. Nesse aspecto, não podemos deixar de concordar com ele. A decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 13,75% foi recebida como um balde de água fria pelos setores produtivos do país.
Atualmente, o Brasil possui a maior taxa de juros real do mundo, aproximando-se dos 7%. Tal cenário impõe um entrave significativo ao crescimento econômico. É crucial compreender que, em um contexto global de juros baixos o Brasil se distancia de uma posição favorável para atrair investimentos e promover um ambiente propício aos negócios.
Não se pode negar que alguns fatores têm contribuído para uma desaceleração da inflação, pela diminuição das expectativas de aumento de preços e o índice oficial de inflação, o IPCA, fechando em 3,94% nos últimos 12 meses. A previsão é que o índice encerre o ano em pouco mais de 5%, ainda acima da meta, mas em trajetória descendente.
Do ponto de vista fiscal, importantes avanços também têm sido alcançados. O novo arcabouço fiscal passou pela primeira votação na Câmara e foi aprovado no Senado. Apesar de terem sido realizadas modificações no texto, este deverá passar por uma segunda votação na Câmara.
Além disso, é importante ressaltar que a agência de classificação de risco S&P alterou recentemente o rating (nota de crédito) para o Brasil, passando de neutra para positiva. Essa é a primeira mudança em mais de quatro anos. O crescimento do PIB no primeiro trimestre, atingindo 1,9%, foi uma grata surpresa, especialmente impulsionado pelo setor agropecuário. A previsão de aumento da produção de grãos em quase 16% na safra agrícola deste ano também tem contribuído para elevar as estimativas para o PIB de 2023, que agora giram em torno de 2,19%. Que venham melhores notícias.