Era Digital

Na última quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou luz sobre uma realidade alarmante que afeta uma parcela significativa de nossos jovens: uma em cada seis crianças e adolescentes, entre 11 e 15 anos, foi vítima de cyberbullying. Este dado provém de um estudo abrangente, que consultou 279 mil jovens em 44 países, incluindo nações da Europa, Ásia Central e Canadá. A prática de intimidação sistemática em ambientes virtuais, conhecida como cyberbullying, emerge como uma das faces mais sombrias da era digital.
No Brasil, o Governo Federal tomou uma medida ao sancionar, em janeiro deste ano, uma lei que inclui o bullying e o cyberbullying como crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Esta legislação não apenas reconhece a gravidade desses atos, mas também os classifica no mesmo patamar de crimes hediondos quando perpetrados contra menores, principalmente em contextos escolares.
A pesquisa da OMS não apenas destaca a prevalência do cyberbullying, mas também oferece recomendações cruciais para combater esse fenômeno. Entre elas, destaca-se a criação de espaços de acolhimento na comunidade escolar, colocando a saúde mental e o bem-estar de alunos e educadores no coração do projeto educacional.
O caminho à frente exige uma colaboração estreita entre governos, instituições educacionais, pais e alunos.
A luta contra o cyberbullying e a proteção da infância e adolescência na era digital são tarefas que exigem o compromisso de todos. Enquanto sociedade, temos a responsabilidade de garantir que nossas crianças e adolescentes possam navegar pelo mundo digital de forma segura e positiva, livres do medo da perseguição virtual. A legislação brasileira dá um exemplo de como podemos começar a enfrentar esse desafio, mas apenas com a adoção das recomendações práticas e o envolvimento de toda a comunidade poderemos esperar erradicar o cyberbullying.