Ouro verde

As projeções mais recentes para o ciclo cafeeiro de outubro de 2023 a setembro de 2024 revelam dados cruciais para entender as tendências globais na produção e consumo de café. Estima-se que a produção mundial atingirá 178 milhões de sacas de 60 kg, enquanto o consumo global deverá ser ligeiramente menor, em 177 milhões de sacas. Esses números não apenas ilustram a dinâmica de oferta e demanda no mercado cafeeiro, mas também destacam uma quase paridade entre produção e consumo que pode influenciar significativamente os preços e a economia do café.
A distribuição da produção pelo mundo mostra uma concentração significativa na América do Sul, responsável por 50% da produção global. Seguida por Ásia e Oceania com 28%, a produção nestas regiões reflete não apenas condições climáticas favoráveis, mas também a robustez de suas infraestruturas agrícolas e a eficácia das políticas de suporte à agricultura. A África, com 11,3%, e o Caribe, América Central e México, com 10,7%, embora contribuam menos, são vitais para a diversidade do café disponível no mercado global.
Essa distribuição geográfica também sugere uma dependência significativa de regiões específicas para a manutenção do suprimento global de café, o que coloca uma enorme responsabilidade sobre essas áreas em termos de sustentabilidade e práticas agrícolas responsáveis. Além disso, a paridade entre produção e consumo aponta para um equilíbrio delicado. Qualquer interrupção significativa, seja por condições climáticas adversas, problemas políticos ou outros desafios, pode resultar em volatilidade dos preços e impactar economias dependentes da exportação de café.
A questão da sustentabilidade é especialmente premente. À medida que a demanda por café continua a crescer, impulsionada pelo aumento do consumo em países tradicionalmente não produtores, a pressão sobre os recursos naturais e a necessidade de práticas agrícolas sustentáveis tornam-se ainda mais críticas. É imperativo que as regiões produtoras implementem e mantenham práticas que garantam a saúde a longo prazo do solo, a gestão adequada da água e a redução de carbono das atividades agrícolas.