Poços de Caldas, MG – A Câmara de Poços de Caldas realizou, na última semana, uma audiência pública com o tema “Plano Diretor de Drenagem: o futuro nos aguarda”, a pedido do vereador Álvaro Cagnani (PSDB). Participaram do encontro secretários municipais, engenheiros, professores do IFSULDEMINAS e da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), além de representantes do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE).
Durante a audiência, integrantes da Mesa e inscritos para a Tribuna ressaltaram algumas questões, como a impermeabilização do solo, que acontece devido ao asfaltamento e grandes construções, e a verticalização, com muitos prédios em espaços centrais, que também sobrecarrega o sistema de saneamento
Andressa Schpallir, da Associação Poços Sustentável, salientou que a ocupação inadequada agrava problemas recorrentes na cidade, como alagamentos, insegurança, impactos ambientais e hidrológicos. “Soluções tradicionais de engenharia, como canalizações e aumento da capacidade dos canais, ao invés de resolver, muitas vezes agravam a velocidade do escoamento, transferindo o problema para jusantes, sem resolver a causa”, disse a integrante da associação, durante seu discurso.
O engenheiro Rodopiano Marques Evangelista, presidente da Associação Nacional dos Serviços de Saneamento (ASSEMAE), também falou sobre o tema. “A partir do momento que você cria uma impermeabilização do solo e as chuvas vão sendo mais intensas num período muito pequeno de frequência, automaticamente essas vazões acrescem. Esses canais que cortam a cidade são da época do engenheiro Saturnino de Brito e foram modeladas para a época e até um certo futuro, isso na década de 30”, explicou.
Evangelista ressaltou que o Poder Executivo, junto às Autarquias Municipais, precisa criar mecanismos de alerta, além de um Plano Diretor de macrodrenagem. “Se a gente não cuidar, vamos pagar para ver novas enchentes pela cidade”.
O secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, José Carlos Vieira, mencionou o trabalho de uma equipe multidisciplinar para resolver questões concernentes à drenagem. “Está sendo feito um diagnóstico para a elaboração do Plano Diretor com a visão de 50 anos. Já foi elaborado um estudo técnico preliminar e também o termo de referência para o nosso Plano Municipal de Saneamento Básico”.
Segundo o secretário, a ideia é um trabalho completo de planejamento estratégico, com um detalhamento para revisão a cada quatro anos.
O vereador proponente destacou que a audiência foi bastante positiva. “Fiquei satisfeito com o resultado do encontro. Drenagem é uma coisa urgente. Com a audiência, o primeiro passo foi dado. É uma obra cara, que será feita ao longo dos anos, em várias administrações”, afirmou.
O vídeo da audiência pública, com todas as apresentações, está disponível para consulta no YouTube da Câmara.