Poços de Caldas, MG – O Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas recebeu, entre os dias 22 e 25 de abril, os alunos de escolas municipais para visitação à exposição “Percepção além do olhar”, da artista plástica Adriana Ferfolha da Silva. A mostra reuniu um total de 15 criações, como esculturas e pinturas, inclusive obras táteis para pessoas com deficiência (PCD).
Mais de 180 crianças prestigiaram a mostra, entre elas PCDs e neurodivergentes, de diversas escolas municipais. “A arte desenvolve na criança uma maior percepção do mundo, a criança consegue observar o mundo de uma maneira diferente e ver coisas que os adultos não veem. Ter contato com a arte desde pequeno desenvolve essa sensibilidade”, explica a gerente da Seção de Educação Complementar, Laura Sangiorato. Participaram estudantes das escolas municipais Wilson Hedy Molinari, Professor Arino Ferreira Pinto, Sérgio de Freitas Pacheco, Professora Nicolina Bernardo, Dona Mariquinhas Brochado e Raphael Sanches.
As experiências táteis são importantes tanto para o desenvolvimento físico, quanto psíquico, pois estimula o sentido do tato, o desenvolvimento, a compreensão e a experiência sensorial, especialmente em contextos como a educação infantil. A criadora de exposição, Adriana Ferfolha da Silva, destaca que as obras são pensadas para alcançar e envolver a todos, uma maneira de falar diretamente com o olhar e com a percepção de cada um.
“Com a exposição eu costumo dizer que eu pretendo tocar corações. Eu acredito que é possível gerar uma experiência de reflexão e sensibilização, para promover essa conexão emocional dos visitantes com as obras. E, além disso, eu busco ampliar também a compreensão sobre a importância da arte inclusiva e acessível, proporcionando uma vivência única entre as pessoas. Conscientizar sobre as várias formas de expressão artística. Costumo dizer que uma pintura não precisa ser apenas apreciada visualmente. Tem outras formas, a gente pode estar tocando, sentindo ali com o coração a emoção”, ressalta Adriana.
A coordenadora do Museu Histórico e Geográfico, Lavínia du Valle, destaca que esta é a segunda vez que o Museu recebe uma mostra que viabiliza obras táteis, reforçando ao público um espaço de inclusão e pertencimento.
A exposição contemplou o Dia Mundial e Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, celebrados em 2 de abril. A data foi criada em 2007 pela ONU e instituída no Brasil pela Lei 13.652/2018, com o objetivo de promover conhecimento sobre o espectro autista, bem como sobre as necessidades e os direitos das pessoas autistas.
“ A participação das crianças, para mim, é algo fundamental e muito especial. Elas têm uma sensibilidade natural para a arte. Exploram sem preconceito e se conectam de forma espontânea com as obras. A presença das crianças traz a leveza, a curiosidade a renovação e além de ser uma oportunidade para despertar desde cedo o respeito à diversidade, a valorização da cultura e esse olhar inclusivo para o mundo”, conclui a artista Adriana Ferfolha.